Se você já adormeceu enquanto ouve uma palestra (ou lendo um livro), você sabe que a sua atenção e agilidade mental podem mudar rapidamente. Essas transições são regulamentadas pelo tronco cerebral e pelo córtex cerebral, que controlam a vigília e o sono.
A excitação é um estado de consciência do mundo externo. O sono é um estado em que os estímulos externos são recebidos, mas não conscientemente percebidos. Contrariamente às aparências, o sono é um estado ativo, pelo menos para o cérebro.
Com o auxílio de eletrodos colocados em várias regiões da cabeça, é possível registrar padrões de atividade elétricos, chamados de ondas cerebrais, em um eletrencefalograma (EEG). Esses registros revelam que as frequências de ondas cerebrais mudam com o progresso do cérebro por meio de distintos estágios de sono. Embora o sono seja essencial para a sobrevivência, ainda sabemos muito pouco sobre a sua função.
Uma hipótese é que o sono e os sonhos estão envolvidos na consolidação da aprendizagem e da memória. Provas que sustentam essa hipótese incluem a constatação de que os sujeitos em teste que são mantidos acordados por 36 horas apresentam uma capacidade reduzida para se lembrar de quando determinados eventos ocorreram, mesmo quando inicialmente “animados” com cafeína.
Outras experiências mostram que as regiões do cérebro que são ativadas durante uma tarefa de aprendizagem podem se tornar ativas novamente durante o sono. Vigília e sono são controlados em parte pela formação reticular, uma rede difusa formada principalmente por neurônios do mesencéfalo, e pela ponte (Figura 1).
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Figura 1. Formação reticular. |
Esses neurônios controlam os períodos de tempo do sono, caracterizado pelos movimentos rápido dos olhos (REM) e pelos sonhos vívidos. O sono também é regulado pelo relógio biológico e por regiões do prosencéfalo que regulam sua intensidade e duração.
Alguns animais têm adaptações evolutivas que permitem uma atividade substancial durante o sono. Os golfinhos-nariz-de-garrafa, por exemplo, nadam durante o sono, subindo à superfície para respirar de quando em quando. Como conseguem fazer isso? Como em outros mamíferos, o prosencéfalo é física e funcionalmente dividido em duas metades, os hemisférios direito e esquerdo. Observando que os golfinhos dormem com um olho aberto e o outro fechado, pesquisadores sugeriram a hipótese de que apenas um dos lados do cérebro adormece de cada vez. Registros de EEG de cada hemisfério de golfinhos em sono apoiam essa hipótese (Figura 2).
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